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Postado 6 de junho de 2012

RN vive nova epidemia de dengue

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A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap-RN) confirmou que o Rio
Grande do Norte vive uma nova epidemia de dengue. Ao todo, 62 municípios
potiguares estão com alta incidência da doença. Os números são baseados até a
semana epidemiológica número 20, que foi iniciada no dia 13 de maio e terminou
no dia 19 do mesmo mês. Segundo o levantamento, em 2012 já foram notificados
13.724 casos e três óbitos pela patologia foram confirmados. No entanto, esse
número pode ser bem maior. Há outros 31 suspeitos de óbitos em fase de análise
para ratificação.

A atenção deve ser redobrada pelos governos – nas três esferas –
e a população, pois há quatro tipos da doença em circulação no RN. Sendo assim,
uma mesma pessoa pode adoecer de dengue por quatro vezes, não desenvolvendo
imunidade a todas as tipologias virais. Entre os municípios em situação mais
graves estão em Natal, Parnamirim e Mossoró.

Há pelo menos 15 anos, o RN convive com a doença e segundo
Luciana Olinto, técnica do Programa Estadual de Controle da Dengue (PECD), há
uma falha do controle vetorial. “O Estado vem discutindo ao longo dos anos essa
questão e buscando uma solução, mas há o envolvimento de muitos fatores nesse
processo. O nosso papel é oferecer aos municípios o apoio técnico necessário,
por meio de capacitações e treinamentos. Neste momento, por exemplo,
enfermeiros e técnicos em enfermagem estão passando pelo curso de ‘Manejo
Clínico do Paciente com Dengue’. O objetivo é otimizar a assistência do
paciente no município em que ele reside para ele não ser deslocado para outros
municípios maiores. O tratamento da dengue tem que ser rápido”, frisou Luciana
Olinto.

Segundo Luciana, o número de agentes de endemia e a circulação
dos carros fumacês são estabelecidos de acordo com normas do Ministério da
Saúde. “A quantidade de agentes é estabelecida pelo MS de acordo com o número
de habitantes de cada cidade. A presença de carros fumacês também. Este, por
exemplo, só é autorizado em última instância, quando o município está em
situação muito crítica, uma vez que vamos jogar inseticidas no meio ambiente”,
falou.

Para a presidente do Conselho das Secretarias Municipais de
Saúde do RN (Cosems/RN), Solane Costa, a contratação de pessoal e os produtos
usados no combate ao mosquito merecem uma atenção redobrada dos gestores. “Há
uma diminuição permanente da quantidade de agentes da Fundação, devido às
aposentadorias ou por eles serem cedidos, o que faz com que os municípios
precisem contratar quase 100% de pessoal. Isso aumenta o custo e não há um
financiamento correspondente para o caso. Existem também outras problemáticas
como: dificuldade de UBV pesada, quando, às vezes, epidemiologicamente o caso
requer; dificuldade do quantitativo de larvicida suficiente, incluindo seu baixo
poder residual; dificuldade de aquisição de veículo da parte do município,
considerando que existem também outras prioridades, entre outras questões”,
contou.

Para os municípios que fizeram o Plano de Contingência houve um
repasse financeiro por parte do Governo Federal e existe um pequeno complemento
para ajudar a diminuir o problema, mas, em alguns casos, a ajuda não é
suficiente. “Existem algumas cidade que estão em situação alarmante, mas que
não estão dentro do grupo de municípios prioritários e, por isso, não recebem
verba. O Cosems/RN convida – ou mesmo acata – a vinda dos técnicos da
vigilância em saúde  da SESAP para atualizar os gestores sobre o quadro
situacional do RN. Queremos, juntos, fazer para algo para debelar com a
dengue”, falou Solane.

A presidente do Cosems lembra que a população pode também ajudar
a combater esta batalha. “Infelizmente, a falta de cidadania da população, que
banaliza as informações e desconsidera a  gravidade da situação, prejudica
as nossas ações. A coleta e destino inadequado do lixo ainda é fator desafiador
para os municípios. Abastecimento de água, que não é contínu,o propicia o uso
de depósitos para acondicionamento, o que favorece o foco. Assim, são inúmeros
inimigos que dificultam o controle”, finalizou Solane.

 

Medidas de combate à dengue:

– Não deixar água parada em pneus fora de uso. O ideal é fazer
furos nestes pneus para evitar o acúmulo de água;

– Não deixar água acumulada sobre a laje de sua residência;

– Não deixar água parada nas calhas da residência. Remover
folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da água.

– A vasilha que fica abaixo dos vasos de plantas não pode ter
água parada. Deixar estas vasilhas sempre secas ou cobri-las com areia;

– Caixas de água devem ser limpas constantemente e mantidas
sempre fechadas e bem vedadas. O mesmo vale para poços artesianos ou qualquer
outro tipo de reservatório de água;

– Vasilhas que servem para animais (gatos, cachorros) beber água
não devem ficar mais do que um dia com a água sem trocar;

– As piscinas devem ter tratamento de água com cloro (sempre na
quantidade recomendada). Piscinas não utilizadas devem ser desativadas (retirar
toda água) e permanecer sempre secas;

– Garrafas ou outros recipientes semelhantes (latas, vasilhas,
copos) devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de cabeça para baixo.
Se não forem usados devem ser embrulhados em sacos e descartados no lixo
(fechado).

– Não descartar lixo em terrenos baldios e manter a lata de lixo
sempre bem fechada;

– As bromélias costumam acumular água entre suas folhas. Para
evitar a reprodução do mosquito, o ideal é regar esta planta com uma mistura de
1 litro de água e uma colher de água sanitária.

– Sempre que observar alguma situação (que você não possa
resolver), avisar imediatamente um agente público de saúde para que uma medida
eficaz seja tomada.