CORONAVÍRUS (COVID-19): Material educativo - Faça o download aqui

Postado 23 de setembro de 2013

PREVENÇÃO: Ministério da Saúde amplia faixa etária da vacina contra HPV

Por

*Por Aline Reis (Agência Saúde – ASCOM/MS)

O Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária para a vacinação
contra o vírus do papiloma humano (HPV), usada na prevenção de câncer de
colo do útero. Já em 2014, meninas dos
11 aos 13 anos receberão as duas primeiras doses necessárias à
imunização, a dose inicial e a segunda seis meses depois. A terceira dose deverá ser aplicada cinco anos após a primeira. Com a adoção do esquema estendido, como é chamado, será possível
ampliar a oferta da vacina, a partir de 2015, para as pré-adolescentes
entre 9 e 11 anos de idade, sem custo adicional.

Assim, quatro
faixas etárias serão beneficiadas, possibilitando imunizar a
população-alvo (9 a 13 anos). A modificação no esquema vacinal foi
anunciada nesta quarta-feira (18) pelo secretário de Vigilância em
Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, durante cerimônia de 40
anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em Brasília. “O
esquema vacinal estendido adotado tem duas grandes vantagens. A
primeira é que possibilita alcançar a cobertura vacinal de forma rápida
com a administração das duas doses. Outro beneficio é que a terceira
dose, cinco anos depois, funciona como um reforço, prolongando o efeito
protetor contra a doença.” O Ministério da Saúde está investindo R$
360,7 milhões na aquisição de 12 milhões de doses.

A inclusão
do imunobiológico ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) foi
anunciada em julho deste ano. Na época, a previsão era de administrar a
vacina em pré-adolescentes de 10 e 11 anos, com dose inicial, a segunda
um mês depois e terceira seis meses após a inicial. Entretanto, o
Ministério da Saúde decidiu adotar o esquema estendido baseado em
estudos recentes que comprovam a eficácia desta medida. Além
disso, a estratégia segue recomendação da Organização Pan Americana de
Saúde (OPAS) e foi discutida com especialistas brasileiros que integram o
Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Vale
ressaltar que o esquema já é utilizado por países como Canadá, México,
Colômbia, Chile e Suíça.

É a primeira vez que a população terá
acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta é vacinar
80% do público-alvo, que atualmente soma 5,2 milhões de pessoas. O
vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero,
apresentando a segunda maior taxa de incidência entre os cânceres que
atingem as mulheres, atrás apenas do de mama. A vacina, que
estará disponível a partir de março de 2014 (1ª dose), é a
quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e
18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. O
imunobiológico para prevenção da doença é seguro e tem eficácia
comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual
e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

As três
doses serão aplicadas nas pré-adolescentes com autorização dos pais ou
responsáveis. A estratégia de imunização será mista, ocorrendo tanto nas
unidades de saúde quanto nas escolas públicas e privadas. A
incorporação da vacina complementa as demais ações preventivas do câncer
de colo do útero, como a realização rotineira do exame preventivo
(Papanicolau) e o uso de camisinha em todas as relações sexuais.

A inclusão da vacina no SUS foi possível graças ao acordo de parceria
para o desenvolvimento produtivo (PDP), com transferência de tecnologia
entre o laboratório internacional Merck Sharp &Dohme (MSD) e o
Instituto Butantan, que passará a fabricar o produto no Brasil. A
economia estimada na compra da vacina durante o período de transferência
de tecnologia é de R$ 154 milhões. Além disso, a produção do
imunobiológico contará com investimento de R$ 300 milhões para a
construção de uma fábrica de alta tecnologia pelo Instituto Butantan,
baseada em engenharia genética.

SOBRE O HPV – O HPV é capaz de
infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos. Do total, pelo
menos 13 têm potencial para causar câncer. Estimativa da Organização
Mundial da Saúde aponta que 291 milhões de mulheres no mundo são
portadoras da doença. No Brasil, a cada ano, 685 mil pessoas são
infectadas por algum tipo do vírus. Em relação ao câncer de
colo do útero, estimativas indicam que 270 mil mulheres, no mundo,
morrem devido à doença. No Brasil, 5.160 mulheres morreram, em 2011, em
decorrência deste tipo de câncer. Para 2013, o Instituto Nacional do
Câncer estima o surgimento de 17.540 novos casos.

O Ministério
da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o
exame preventivo, o Papanicolau, anualmente. Em 2012, foram realizados
11 milhões de exames no SUS, o que representou investimento de R$ 72,6
milhões. Do total, 78% foram na faixa etária prioritária. No ano
passado, o investimento no atendimento e expansão dos serviços para
tratamento de câncer na rede pública de saúde foi de R$ 2,4 bilhões, 26%
maior que em 2010.