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Postado 12 de fevereiro de 2015

MUNICÍPIOS DO RN TERÃO ARMA TECNOLÓGICA CONTRA DENGUE E CHIKUNGUNYA

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Observatório da Dengue foi apresentado na manhã de hoje aos gestores de saúde dos municípios potiguares. Foto: José Aldenir.

 

Com a adesão de todos os municípios potiguares ao Observatório da Dengue, programa de monitoramento e combate ao mosquito Aedes aegypti, o Rio Grande do Norte é o primeiro estado brasileiro a usar um sistema de controle efetivo da doença e da febre chikungunya, ambas transmitidas pelo vetor. Desenvolvido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Estado (Lais/UFRN), o programa funciona em tempo real por meio da internet e gerará uma otimização na escolha das ações e nos trabalhos realizados pelas secretarias de saúde e economia aos municípios. Natal foi o primeiro município a usar o sistema, no ano passado.

Segundo o coordenador do Lais, professor Ricardo Valentim, o projeto foi apresentado na manhã desta quarta-feira (11) aos gestores de saúde dos municípios, através de um convite da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Para ter acesso ao programa e efetuar as denúncias, basta acessar o endereço online http://telesaude.ufrn.br/observatoriodadengue e, preencher o cadastro com seu nome, número de telefone e e-mail, acompanhado pela denúncia com detalhes como o local onde o mosquito ou foco foi encontrado e se há alguma pessoa com suspeita de estarem doentes.

Ele explicou que o Observatório da Dengue, e agora também da Chikungunya, é uma tecnologia da informação que segue todos os protocolos e convenções do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), para o controle das duas doenças e que favorece uma economia significativa para os cofres públicos, com relação às ações e trabalhos desenvolvidas na prevenção e combate das enfermidades. Somente em Natal, o primeiro a usar o serviço, a economia anual gira em torno de R$ 2,4 milhões, somente com alteração do processo de trabalho dos agentes de endemias.

“Municípios menores também terão economia, mas o principal é a melhoria do processo de trabalho, porque, como o monitoramento é online, em tempo real, a notificação do caso de dengue, que antes demorava em torno de 15 a 45 dias, será imediato. Durante todo esse tempo, temos de quatro a cinco gerações do mosquito transmissor da dengue voando pela cidade, o que significa que você pode ter um processo epidemiológico instalado em todo o município ou no estado e as autoridades ainda não terem definido as ações a serem desenvolvidas”, explicou.

PROGRAMA POSSUI DOIS FOCOS

Ricardo Valentim disse que ainda que o programa possui dois focos. O primeiro é centrado nos agentes, que usam um tablet para ter acesso às informações, que possibilita o monitoramento, traçado de rotas e fiscalização das visitas aos imóveis reclamados. O sistema também traça planos de contingência para cada nível de infestação ou de pessoas doentes tanto de dengue como de chikungunya e vai dizer qual ação o governo deve tomar para conter aquilo ali.

Outra parte interessante é a denúncia online, uma forma que o sistema oferece à população para que ela faça a denúncia dos focos de dengue, bem como os casos. “Não é só denúncia do vizinho que deixou a caixa de água aberta ou a piscina sem cuidados, mas também de notificar os casos suspeitos e comunicar os focos que forem localizados, inclusive na sua própria casa, para que as secretarias de saúde possam enviar agentes para a visita domiciliar, ou seja, permitir que o município e o estado possam ter uma ação mais efetiva contra a dengue e a chikungunya. E os dados do denunciante não são divulgados de forma alguma”, explicou.

A apresentação dele aos gestores municipais ocorreu durante a reunião ordinária do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) do RN, na manhã desta quarta-feira (11), no Hotel Praiamar, em Ponta Negra. Segundo a presidente da entidade, Salete Cunha, a expectativa é que todos os municípios já estejam usando o sistema até o fim do mês de março. Isso porque muitos ainda não têm acesso à internet e precisam de algum tempo para se ajustarem. “O Ministério da Saúde prometeu instalar banda larga em todos os municípios e precisamos disso com urgência, para que todos possam traçar suas ações contra o mosquito transmissor das duas doenças, que podem ser letais”, falou.

De acordo com dados da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Sesap, dos 68 casos de chikungunya suspeitos e notificados no Rio Grande do Norte somente nestes primeiros dias de 2015, 21 já foram descartados e o restante aguarda o resultado dos exames. No ano passado, foram 71 notificações, dos quais 28 foram descartados e 43 ainda estão sendo investigados. Apesar de não haver confirmação da doença no Estado, em 2014, 42,5% dos municípios apresentaram situação de alerta e 32,3% situação de risco.

*O Jornal de Hoje.

Confira também a matéria publica no Portal No Ar com o título “Municípios do RN terão programa de monitoramento contra dengue e chicungunha”.