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Postado 12 de maio de 2014

Maternidades do SUS passam a ter novas regras para parto humanizado

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O contato aquecido pele-a-pele com a mãe e o estimulo a amamentação
na primeira hora de vida são recomendações que o Ministério da Saúde
oficializou em portaria publicada em maio para assegurar o direito ao
parto humanizado em toda a rede pública de saúde. Além deste contato
entre mãe e filho, está previsto também o clampeamento do cordão
umbilical somente após o mesmo parar de pulsar. As medidas passam a
valer para todas as unidades do Sistema Único de Saúde.

As diretrizes fazem parte da organização da atenção integral e
humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde (SUS) e
oficializam recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do
próprio Ministério. O bebê saudável, com o ritmo respiratório normal,
deve ser colocado sobre o abdômen ou tórax da mãe, em contato direto
pele-a-pele, de acordo com sua vontade, em ambiente aquecido, afirma a
portaria. Além disso, a nova regra também prevê a amamentação ainda na
primeira hora de vida da criança.

“Nós precisamos estimular que essa primeira mamada aconteça na
primeira hora de vida. Além de fornecer o primeiro aporte calórico para a
vida do bebê, essa prática também acelera a descida do leite materno,
aumentando a chance de sucesso no aleitamento e diminui a chance de
hemorragia uterina”, explica o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Conforme a portaria, os procedimentos de rotina adotados após o
nascimento do bebe, como exame físico, pesagem e outras medidas
antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal devem ser realizados
somente após esses primeiros cuidados, importante mudança na lógica de
atendimento ao bebê.

O coordenador da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Paulo
Bonilha, esclarece que os benefícios dessas medidas afetam não só o
aspecto psicológico, como reduzem os riscos de anemia e desnutrição.

“Para o bebe que nasceu chorando, vigoroso, sem nenhum tipo de
complicação, o papel principal dos profissionais de saúde é proteger
este momento sensível de apresentação da mãe a seu bebe e vice-versa.
Isso vai ter repercussões para toda a vida”, explica Bonilha.

Para os recém-nascidos com respiração ausente ou irregular, tônus
diminuído e/ou com líquido meconial, a portaria estabelece que o
atendimento deverá seguir o fluxograma do Programa de Reanimação da
Sociedade Brasileira de Pediatria, de 2011. A unidade de saúde deverá
contar obrigatoriamente com profissional médico ou de enfermagem
treinado em reanimação neonatal de acordo com orientação da Coordenação
Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (CGSCAM) do Ministério
da Saúde.

O Ministério da Saúde já há vários anos financia capacitações de
profissionais médicos e de enfermagem em todos os estados, através do
Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em
2014-2015 serão investidos R$ 2,1 milhões para fortalecer ainda mais
este processo em todo o país. 

A portaria contribuirá para a redução da mortalidade neonatal, um dos principais objetivos da Rede Cegonha.

REDE CEGONHA

Criada em 2011, a Rede Cegonha tem
como uma das principais metas incentivar o parto normal humanizado e
intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças,
desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez,
pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho.
Atualmente, a estratégia Rede Cegonha está presente em mais de 5 mil
municípios de todos os estados do país, e atende a 2,6 milhões de
gestantes. Desde o lançamento da Rede, já foram investidos mais de R$
3,3 bilhões para o desenvolvimento de ações em todo o país. 

ATENÇÃO PRÉ-NATAL

A Rede Cegonha se propõe ainda a
organizar o cuidado às gestantes por meio de uma rede qualificada de
atenção obstétrica e neonatal. Com um pré-natal de qualidade, como
preconiza a estratégia é possível reduzir as taxas de prematuridade. O
objetivo é garantir acolhimento e captação precoce da gestante, além de
ampliar o acesso aos serviços de saúde e melhorar a qualidade do
pré-natal. O diagnóstico rápido permite à mulher iniciar o pré-natal
assim que a gravidez for confirmada.

Em 2012, foram realizadas 18,2 milhões de consultas pré-natais pelo
SUS, e mais de 1,6 milhão de mulheres fizeram, no mínimo, sete
consultas.

Entre as ações previstas durante o pré-natal, estão os exames de
pré-natal de risco habitual e de alto risco; acolhimento às
intercorrências na gestação; acesso ao pré-natal de alto risco; acesso
rápido aos resultados; vinculação da gestante (desde o pré-natal) ao
local em que será realizado o parto; implementação de ações relacionadas
à saúde sexual e reprodutiva; além de prevenção e tratamento das
DST/HIV/Aids e Hepatites.

 

Fonte: Portal da Saúde.