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Postado 4 de outubro de 2011

Gestores da saúde debatem implantação da Rede Cegonha no RN

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Na manhã desta terça-feira (4), coordenadores e técnicos da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP), representantes dos municípios e do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Norte (Cosems/RN), estão reunidos para debater a estruturação da Rede de Atenção Materna e Infantil do Estado, a Rede Cegonha, no auditório do Centro de Formação de Pessoal para os Serviços de Saúde (CEFOPE–SESAP).

O evento tem o objetivo de detalhar os dados relativos às realidades de cada município e terá vários momentos para discutir a estruturação de uma rede estratégia. Os municípios que compõem as oito regiões potiguares entrarão em discussões específicas, identificando as carências, os serviços que podem ser pactuados com outras regiões para garantir o atendimento, a estruturação das redes Cegonha, Urgência e Emergência, Psicossocial e Oncologia.

A secretária executiva do Cosems/RN, Terezinha Rego, explicou que o Ministério da Saúde tem lançado várias portarias no sentido de buscar alternativas para reduzir a mortalidade materna e neonatal. “Os números são altos e estamos realizando um diagnóstico da rede para saber com exatidão a realidade do Estado. Os sistemas de informação nem sempre trazem a realidade, por isso é importante esse encontro com os representantes das regionais, que acabam trazendo as necessidades de cada área. Estamos aqui para discutir as potencialidades e as dificuldades de cada cidade na efetivação da Rede Cegonha”, destacou.

A diretora médica do Hospital Universitário Ana Bezerra (UFRN/Santa Cruz), Lyane Ramalho, disse que a Universidade já vem montando a estratégia para implantação da Rede Cegonha. “Nossa grande missão é fazer com a mulher não fique peregrinando de porta em porta para ter um atendimento adequado, desde o pré-natal até a hora do parto. A Rede Cegonha chega para fazer com que o atendimento seja menos fragmentado e mais integral. A realidade é que ainda não conseguimos fazer com que o parto seja humanizado o bastante, afinal não temos leitos de UTI suficientes para as crianças que nascem.  A boa notícia é que o Ministério tem garantido que a Rede vai existir e que vai chegar às nossas mãos”, pontuou.

Para a presidente do Comitê de Mortalidade Materna e Neonatal do RN, Maria do Carmo Lopes, o encontro é uma oportunidade ideal para discutir meios de reduzir a mortalidade materna e neonatal no RN. “Faz 33 anos que o Brasil assumiu o compromisso de reduzir a mortalidade em 50% até o ano de 2000. Várias portarias vêm sendo implantadas, mas a Rede Cegonha vai ser a grande ação em prol dessa causa. É necessário que a sociedade se apodere do que tem direito. Espero que todos saiam daqui para incentivar e cobrar que tudo seja executado”, ressaltou.

A vice-presidente do Cosems/RN, Salete Cunha, falou da ansiedade com que os municípios esperam por esse momento. “Também precisamos do apoio dos nossos parceiros. A UFRN deve nos auxiliar, formando profissionais que possam realmente ser engajados no dia a dia do atendimento em saúde”, frisou. Salete também sugere que o Conselho de Medicina possa avaliar uma forma de fazer com que os profissionais plantonistas priorizem os partos normais. “Na regional de Pau dos Ferros, por exemplo, 75% dos partos são cesarianas”, alertou.

O secretário estadual de Saúde Pública, Domício Arruda, também participou da abertura do evento e lembrou que a questão da mortalidade materna já está sendo anunciada como o único compromisso do milênio que não deverá ser atingido pelo Brasil e outros países. O assunto foi debatido recentemente na reunião da ONU. “O próprio Ministério da Saúde reconhece que não cumpriremos essa meta, sem falar que o Norte e o Nordeste as regiões que mais contribuem para esses números negativos. Após 21 anos da criação da Lei do SUS, vemos na prática que a formação de redes pode ser solução para os problemas da saúde pública e estamos nos antecipando a isso. Já aprovamos o plano estadual da rede de urgência e emergência. Também é preciso discutir o financiamento da saúde publica no Brasil. Precisamos identificar o que temos e saber aproveitar bem”, concluiu o secretário.

O evento começou hoje (4) e segue até o dia 7 de outubro, sendo dois dias para cada grupo de participantes. A carga horária para cada grupo será de 12h.