A reunião da Tripartite aconteceu dentro da programação do I Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Norte e Nordeste, que teve início, na segunda-feira (27), no Rio Poty Hotel, onde estão sendo realizados também o IX Congresso de Secretarias Municipais de Saúde da Região Nordeste, o V Congresso das Secretarias Municipais de Saúde da Região Norte e o I Congresso das Prefeituras e Secretarias Municipais de Saúde do Maranhão.
Odorico Monteiro mostrou que 22 estados, principalmente, alguns das Regiões Norte e Nordeste estão abaixo da média nacional da meta de 2,7 médicos por mil habitantes – usada como referência. Ele disse que a realidade é que mais de 1.900 municípios têm menos de um médico para três mil habitantes na atenção básica. “O Brasil gerou 54 mil postos de trabalho a mais do que o número de formandos em medicina e esse número se refere ao acumulado de 10 anos de postos de trabalho que se abriram – 146.867 no total – e o número de médicos que se formaram, que foi 93.156?, afirmou.
Ele explicou que o MS está adotando medidas estruturantes de curto, médio e longo prazos para resolver a demanda de médicos no país. Entre as de curto prazo, ele explicou que o Ministério está analisando a possibilidade de fazer acordos bilaterais com países como Portugal e Espanha para disponibilizar médicos autorizados a clinicar para que possam vir atender em municípios brasileiros, em situações específicas, tempo determinado e áreas limitadas. “As regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem com a ausência de médicos e temos conhecimentos de que mais de 700 municípios não têm médico morando na localidade”.
Como medidas de médio e longo prazos, o MS está investindo nos profissionais brasileiros e ampliando em 129% os investimentos para bolsas em residências médicas. Estudos que mostram a atuação dos médicos estrangeiros no mundo apontam que a Inglaterra tem 37% dos médicos graduados no exterior; os Estados Unidos com 25%; o Canadá com 22%; Austrália 17% e o Brasil com apenas 1,79% dos médicos graduados no exterior.
A realidade do mercado de trabalho médico no Brasil é a melhoria na empregabilidade da categoria e inexistência de desemprego; formalização dos postos de trabalho e evolução dos salários mensais; o mesmo número de candidatos por vaga no vestibular passou de 25 para 41 em uma década – mostrando atratividade crescente do curso; a demanda dos postos de trabalho formais foi superior à oferta de profissionais, sendo indicativo de escassez. “Serão 26.311 novos postos de trabalho abertos somente com investimentos do MS até o próximo ano com a inauguração de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), construção, reformas e ampliação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e implantação de novos programas federais”, adiantou Odorico Monteiro.
Fonte: Cosems-MA