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Postado 12 de maio de 2011

Audiência pública debateu média e alta complexidade na saúde

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Dos 167 municípios potiguares, 104 possuem menos de 10 mil habitantes, critério que dificulta o recebimento de verba federal para investimento em infraestrutura de saúde. A solução, segundo a presidenta do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems/RN), tem sido recorrer à assistência médica nas cidades vizinhas, de acordo com o mapeamento previsto na Programação Pactuada Integrada (PPI). Porém, esses municípios chamados de pólos, que fazem parte de um mapa de oito regionais de saúde no RN, não têm capacidade de atender toda a demanda, especialmente quando a necessidade é de procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Solane Costa participou da audiência pública sobre Média e Alta Complexidade na Saúde Pública do Estado, realizada na última quarta-feira (11), no Auditório Robinson Faria, na Assembleia Legislativa. A audiência foi proposta pelo deputado Leonardo Nogueira (DEM) e reuniu os órgãos competentes na área para debater opiniões e sugestões sobre o tema e estimular a luta pela conquista de novos recursos para o setor.

Para Solane Costa, a capacitação é um dos caminhos para otimizar os recursos financeiros recebidos pelos municípios para gerir a saúde. “Porém, há gargalos na história mais remota do sistema. É preciso urgentemente aplicar um modelo de atenção à saúde. Hoje o desafio é oferecer uma atenção básica de qualidade, que possa atender 80% da demanda dos cidadãos. O restante dessa demanda – cerca de 20% – é necessidade de atendimento de média e alta complexidade”, detalhou.

Um dos problemas enfrentados pela saúde pública, não só no Rio Grande do Norte como em todo o País, é a falta de médicos exatamente na saúde básica. “Não há interesse dos profissionais devido à baixa remuneração, à carga horária exaustiva e às más condições de trabalho. Não existe, por exemplo, um mecanismo regulador para que os médicos formados nas universidades públicas possam retornar ao cidadão atendendo de forma voluntaria ou obrigatória”, sugeriu.

A falta de atendimento em especialidades medicas é uma das principais carências do Estado. “É preciso equipar e redimensionar os hospitais regionais. Assim como Natal fica sobrecarregada com a demanda que vem de outros municípios, essas unidades regionais também já não comportam o atendimento que é necessário oferecer à população”, constatou Solane Costa.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, mais de 70% dos recursos da Sesap são destinados ao pagamento de profissionais. “A nossa capacidade de investimento é nula. Por isso, está faltando recursos para abastecimento os nossos hospitais. É um problema nacional e difícil de resolver. No RN, os recursos que vêm para procedimentos de Média e Alta Complexidade sao baixos e a Sesap sempre precisa complementar”, esclareceu.

A audiência pública contou ainda com a participação do presidente do Conselho Regional de Medicina, Jean Carlo; representante do Sindicato dos Médicos, Manoel Marques de Melo; diretor do Pronto Socorro Walfredo Gurgel, Mozarth Dias e do secretário de Saúde de Mossoró, Benjamin Bento.