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Postado 31 de maio de 2012

Ações da Rede Cegonha reduzem mortalidade materna em 21%

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O Brasil registrou queda recorde nos números de mortes maternas
em 2011, primeiro ano de funcionamento do programa Rede Cegonha, do Ministério
da Saúde. Entre janeiro e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038
óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, o que representa
queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres
morreram por estas causas.

Lançada em março do ano passado, a Rede Cegonha já destinou investimentos
federais R$ 2,5 bilhões para qualificar a assistência à mulher e ao bebê. Com
pouco mais de um ano, a iniciativa já atende 36% das gestantes no Sistema Único
de Saúde (SUS). Entre as melhorias, o avanço no acesso das mulheres às
consultas de pré-natal – em 2011, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram no
mínimo sete consultas pré-natais.

“Essa conquista é muito importante para o país, mas o desafio ainda
existe. Nosso esforço é para impedir mortes maternas evitáveis, em parceria
entre o governo federal, os estados e os municípios. A Rede Cegonha é uma
importante aliada da mulher, pois oferece cuidados integrais à saúde da mulher
e da criança”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a
apresentação dos dados, nesta sexta-feira (25), em videoconferência do
Ministério da Saúde com as Secretarias Estaduais de saúde.

O encontro, que ocorrerá periodicamente, permitirá melhor acompanhamento das
avaliações do óbito materno e compartilhamento das ações de enfrentamento.
“Esses encontros são importantes para analisar onde podemos reduzir mais
os índices de mortalidade materna, identificando as gestantes de alto risco
para realizarem um pré-natal precoce”, afirmou Padilha.

ESTRATÉGIA– A Rede Cegonha busca assegurar e prevê a expansão e qualificação de
maternidades; leitos; Centros de Parto Normal; Casas da Gestante, do Bebê e
Puérpera; o direito ao acompanhante no parto; exames de pré-natal; planejamento
familiar, acompanhamento das crianças até os 2 anos de idade, entre outras
ações. Todos os estados e o Distrito Federal já aderiram à Rede Cegonha.

Outra novidade é a distribuição – para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS)
que realizam o pré-natal – do sonar, equipamento para auscultar ouvir e
monitorar o coração do bebê ainda na barriga da mãe e verificar as condições
físicas dele. Já foram entregues mais de seis mil sonares para os estados da
Bahia e Pernambuco. Nos próximos meses serão entregues 19,3 mil nas regiões
Norte e Nordeste.

A Rede Cegonha também auxilia as gestantes no deslocamento para as consultas de
pré-natal. Até o momento, 1.291 gestantes estão cadastradas em 59 municípios de
11 estados para receberam o auxílio de até R$ 50,00. “O objetivo é que
esse recurso permita a gestante o seu deslocamento para a realização do
pré-natal completo e o mais cedo possível, garantindo uma assistência completa
à gestante”, destaca Padilha.

SERVIÇO – O Ministério da Saúde também quer conhecer cada mulher que teve seu
filho no SUS e saber como foi o atendimento recebido durante toda gestação,
parto e pós-parto. A Ouvidoria Geral do Ministério da Saúde está ligando para
essas mães avaliarem os serviços prestados. Já existem mais de 75 mil mulheres
cadastradas.

SÉRIE HISTÓRICA – A redução de 21% na mortalidade materna em 2011 é um marco
histórico, que aprofunda vigorosamente a tendência registrada nos últimos anos
– de 1990 a 2010, o indicador caiu à metade: de 141 para 68 óbitos para cada
100 mil nascidos vivos. No período, houve diminuição em todas as causas diretas
de mortalidade materna: hipertensão arterial (66,1%); hemorragia (69,2%);
infecções pós-parto (60,3%); aborto (81,9%); e doenças do aparelho circulatório
complicadas pela gravidez, parto ou pós-parto (42,7%).

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas e o Banco
Mundial Organização das Nações Unidas (ONU), publicado neste mês de maio,
também registrou a queda de 51% do número de óbitos maternos neste período no
Brasil.

Em 2008, o Ministério da Saúde assumiu o gerenciamento das investigações das
mortes de mulheres em idade fértil – entre 10 e 49 anos. Todos os casos são
analisados por equipes de vigilância dos estados e dos municípios, e as
informações repassadas ao órgão federal. A intenção é avaliar as causas e
circunstâncias da morte e verificar se os casos foram gerados por complicações
gestacionais.

Para melhorar o acesso, a cobertura e a qualidade da atenção à saúde materna,
principalmente às gestantes de risco, a notificação está sendo aperfeiçoada com
o novo Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e
Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna. Também está prevista a criação
de comissões responsáveis por manter atualizadas as informações cadastrais de
todas as gestantes atendidas pela referida unidade de saúde.


Fonte: Ministério da
Saúde