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Postado 26 de julho de 2013

Macaíba

Por

Projeto 4º Objetivo do milênio: Trabalhando na
Redução da Desnutrição Infantil.

Pensando
no 4º Objetivo do Milênio que propõe a redução da mortalidade infantil, o
projeto tem como base preliminar contribuir na redução dos indicadores de
desnutrição do município. Dados referentes a 2007
retirados do SIAB apontam um percentual de 5% de crianças abaixo de 2 anos com
baixo peso para idade. Partindo desse pressuposto ações de promoção a saúde da
criança torna-se o eixo
norteador deste projeto.

Para tanto, são oferecidos a criança desnutrida
que tenha entre 6 meses a 7 anos uma assistência integral de saúde que venha a
resultar numa melhora da sua qualidade de vida culminando em fim com o ganho
ponderal. Para tanto, o mesmo conta com a parceria pública privada que vem
contribuir de maneira bastante salutar neste processo, oferecendo subsídios
como a oferta de dois kits alimentares com produtos destinados ao preparo de
mingau para integrar a dieta da criança.

 Sabendo também
que um dos fatores contribuintes da desnutrição infantil é a baixa escolaridade
materna e o baixo poder aquisitivo das famílias, o projeto vem promovendo uma
assistência do ponto de vista social a família. Para isso, parcerias com a
Secretaria de Educação e Assistência Social fazem parte deste envolvimento em
prol da recuperação da criança desnutrida.

Objetivos e metas

Meta: Reduzir os
índices de desnutrição de crianças de 6 meses a 7 anos do município em pelo
menos 80% das crianças assistidas.

O
projeto tem como objetivos:

#
Oferecer uma assistência integral de saúde a criança que possibilite a mesma a recuperação
do peso saudável implicando assim na melhoria da qualidade de vida.

#
Promover a inclusão social da família oferecendo oportunidades de qualificação
profissional a fim de permitir a família possibilidades de ampliar novos
horizontes criando meios de geração de renda.

#
Orientar e buscar junto à rede de ensino a matrícula para essas famílias nos cursos
do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e/ou Brasil Alfabetizado.

Indicadores disponíveis para
caracterizar a situação inicial (ponto de partida)

O
projeto iniciou em abril de 2006 com 43 crianças em situação de magreza e/ou
magreza acentuada e perdurou até abril de 2008 chegando a serem beneficiadas
250 crianças/mês. Foi retomado em julho de 2011 e até o presente momento (abril/2013)
são beneficiadas cerca de 100 crianças/mês. Para o mês de junho esse número
chegará a 135 crianças beneficiadas.

Dinâmica do
funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais,
financeiros, técnicos, tecnológicos)

Através da busca ativa pelos Agentes
Comunitários de Saúde e demanda espontânea nas UBS, a criança dita “suspeita de
desnutrição” passa por uma triagem avaliativa realizada pela nutricionista a
qual vai determinar seu diagnóstico nutricional. Para reforçar essa busca ativa
foi realizada através do Programa de Saúde na Escola na qual pelo menos 50% das
escolas municipais  Para realizar tal
procedimento utilizamos como referência
os
indicadores preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mais
especificamente os indicadores peso por estatura e/ ou IMC/Idade que por fim
são obtidos comparando-se as informações de peso, altura, idade e sexo com
curvas de referência, como a do National Center for Health Stastistics (NCHS).

Tais indicadores foram utilizados por se tratar de um indicador que reflete o
estado nutricional atual da criança. Para inclusão da criança a mesma
deverá estar
com a idade mínima de 6 meses e máxima de 7 anos de idade. Estando dentro dos
critérios estabelecidos a nutricionista encaminhará a criança para a respectiva
Unidade de Saúde da Família a qual pertence, que passará a oferecer o suporte
através do acompanhamento multidisciplinar (médico clínico geral e ou pediatra,
dentista, enfermeiro, nutricionista e psicóloga).

A criança passará mensalmente
por algum profissional da equipe conforme a sua necessidade. Além disso, também
será oferecido a cada quinze dias um kit alimentar composto de 5 pacotes de
massa de mingau que irá contribuir no ganho ponderal.  Esse controle é realizado mediante uma
carteirinha que a criança receberá com as respectivas datas de entrega de kits,
consultas e reuniões para as mães. Em contrapartida a genitora assumirá o
compromisso de cumprir com as datas programadas para as atividades acima
citadas para que a criança permaneça no projeto. No início deste ano com a nova
Gestão o projeto está sendo reformulado, e em virtude disto, outros benefícios
deverão ser incluídos em conjunto com as Secretarias de Educação e Ação Social.

Na Educação será realizado um acompanhamento da frequência escolar das crianças
que já estudam e também como proposta inovadora motivar os pais a concluir o
ensino médio para os que ainda não concluíram, facilitando sua inclusão no EJA/
Brasil Alfabetizado. Para isso será ofertado uma cesta básica a família da criança
que tenha o pai ou a mãe frequentando a escola. Quanto a Secretaria de Ação
Social caberá a responsabilidade no oferecimento a este público (pais e filhos
a partir de 16 anos) dos cursos profissionalizantes. Acredita-se que atividades
como estas só reforçam o cuidado na atenção a criança desnutrida e criará
possibilidades de melhoria na condição financeira e social da família.

Destacar ações que
contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento

A
equipe da Estratégia de Saúde da Família juntamente com o apoio do Nasf (Núcleo
de Apoio a Saúde da Família) vem conseguindo atender a criança na sua
totalidade reforçando todos os cuidados inerentes a saúde da mesma, não só
através dos atendimentos especializados (nutricionista, psicóloga, assistente
social e pediatra) e visitas domiciliares quando necessário, como também
através de oficinas educacionais. Temas pertinentes à saúde infantil são
abordados com as genitoras e /ou responsáveis como também cursos de culinária
são oferecidos, na tentativa de trabalhar com o reaproveitamento de alimentos.

Ao entrar no projeto a genitora passa por uma
entrevista socioeconômica a qual é questionada sobre o nível de escolaridade
dos pais, escola em que estuda as crianças e/ou pais, renda, participação em
programas do governo como o Bolsa Família e Programa do Leite Estadual, número
de filhos, presença

de adolescentes na família, áreas de interesse
para realização de cursos e disponibilidade de horário para tal, a fim de
investigar um pouco sobre em que meio familiar se encontra a criança.  Para tanto, a Secretaria de Ação Social e
Secretaria de Educação estará se articulando de modo a garantir esse apoio na
inclusão social da família.

Formas de Acompanhamento,
Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas

Ao
entrar no projeto, a criança passará obrigatoriamente, por uma avaliação
clínica onde realizará exames bioquímicos para investigação de anemias,
verminoses e outras patologias. Tal exame terá sua marcação em caráter de
urgência no setor responsável. Ao receber o resultado, a enfermeira se
encarregará de agendar retorno para avaliação e tomada de providências.

Portanto, o acompanhamento clínico após esse primeiro contato poderá ser realizado
a cada 2 ou 3 meses ou conforme a necessidade da criança. Caso seja necessário,
poderá ser realizado encaminhamento ao pediatra através da ficha de referência.
 A criança também deverá passar pela
nutricionista assim que entrar no projeto, a fim de receber as instruções a
cerca do produto oferecido, bem como a dieta proposta para a idade. A partir
daí seu acompanhamento se dará a cada 2 meses.

Com relação aos cuidados
odontológicos, após avaliação inicial, seu monitoramento poderá se dá a cada 6
meses ou conforme necessidade da criança. A enfermeira será a responsável por
coordenar os atendimentos e realizar os encaminhamentos necessários, realizando
o monitoramento de peso mensal. Ao atingir o peso esperado para a estatura a
mesma ainda permanece por 2 ou 3 meses para manutenção. Este tempo é necessário
a fim de que a criança ao alcançar o peso desejado não venha a perdê-lo
novamente. Mantendo o peso satisfatório por 2 meses consecutivos a criança é
desligada do projeto.

Resultados e impacto obtido,
com respectivos indicadores (comparados com a situação inicial)

 O projeto em questão se apresenta em dois momentos:
De abril de 2006 a abril de 2008 passaram pelo projeto cerca de 480 crianças e
destas 38% (182) conseguiram alcançar um peso satisfatório saindo da condição
de baixo peso/ e ou desnutridas. No segundo momento do projeto o qual foi
retomado em julho de 2011 a abril de 2013 foram acompanhadas 123 crianças e
destas 40% (49) alcançaram o peso satisfatório
saindo da condição de desnutridas.

A busca ativa por crianças em situação de desnutrição
é uma constante pelas Equipes de Saúde da Família por isso o número de
desnutridos sempre vem aumentando, contudo, comparando a situação inicial do
projeto esse número vem reduzindo bastante. Isto se deve a vários fatores como
a melhoria das condições de acesso aos serviços de saúde com a expansão das
Estratégias de Saúde da Família através do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da
Família), a participação das famílias no Programa Bolsa Família, por exemplo, e
a iniciativas como está que só reforçam o cuidado e atenção prestados a esse
grupo mais vulnerável.

Replicabilidade (Busca verificar a
aplicabilidade da experiência, ainda que de forma adaptada, em outras
localidades)

A princípio o projeto se deu em uma comunidade
específica atuando como projeto piloto e devido ao sucesso e aceitação por
parte da comunidade, o mesmo foi se expandindo, de modo que atualmente é
extensivo a todas as áreas que apresentem cobertura de Programa de Saúde da
Família. Objetivando essa expansão foi realizado uma
avaliação antropométrica com os alunos em pelo menos 50% das escolas municipais
a fim de localizar essas crianças entre 3 anos e 7 anos em situação de magreza
e/ou magreza acentuada. Posteriormente, se aplicará essa avaliação nas demais
escolas.

Continuidade (Busca verificar as
características de sustentabilidade e permanência da prática ao longo do
tempo)

O projeto tem planos de continuidade visto, não
ser apenas um projeto meramente assistencialista, mas com uma perspectiva
diferenciada. Acreditamos que o mesmo vem tendo uma ascensão positiva, já que outras
abordagens estão sendo priorizadas como a questão da importância da formação
educacional dos pais dentro deste contexto, e possibilidades de qualificação
dos mesmos para o mercado de trabalho.

Inserir
esta família dentro da sociedade, oferecendo oportunidades de ampliar novos
horizontes, gera como consequência uma melhora na autoestima familiar, trazendo
esperança e renovando os sonhos que muitas vezes se encontram perdidos diante
de tantas dificuldades. Portanto, é a partir de
políticas públicas privadas como estas que projetos ganham força, pois
apresentam grandes possibilidades de sucesso no seu desenvolvimento. Ganha a
empresa com sua notoriedade no mercado, a população com os benefícios
adquiridos e o governo com a certeza de estar cumprindo seu papel diante da
sociedade.