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Postado 27 de junho de 2013

José da Penha

Por

Projeto: Viver com Saúde – Luta
de Todos: Ampliando Espaços, Construindo Conhecimentos, Promovendo Saúde.

Apresentador do Trabalho: Francisco Glériston
Vieira; Órgão responsável pela execução: Secretaria Municipal de Saúde; Co-Autores: Andrezza Karine Araújo de Medeiros
Pereira; Maria Neuman de Azevedo.

Resumo do projeto

O Município de José da Penha, encravado na
zona oeste do Estado do Rio Grande do Norte, limita-se ao norte com Riacho de
Santana, ao sul com Luis Gomes, ao leste com Marcelino Vieira e ao oeste com
Luis Gomes/Major Sales; com uma área de 118 Km2, de solo predominante de
Bruno não cálcio, distante da capital do estado 482 Km, apresenta um clima
característico das regiões semi-áridas tendo média de participação
pluviométrica 933,2 mm.

Segundo o censo do IBGE 2010, o município
apresenta um contingente populacional de 5.864 habitantes, sendo que a maior
parte domiciliada na zona urbana e com uma maior predominância do sexo
feminino e uma densidade demográfica de 52,34 hab/km2.

Atualmente, a população concentra-se nas
faixas etárias que compreendem os adultos (acima dos 20 até 59 anos), sem
desconsiderar aqueles grupos etários em faixas de jovens (10 a 14 e 15 a 19
anos) e gerontes (60anos e mais). Destaque especial para a proporção de
idosos (14,65%), adensando 905 pessoas acima dos 60 anos.

Assim como em outras realidades, o
município evidencia a necessidade de fortalecer a atenção básica e avançar na
reorientação do modelo assistencial. Sendo assim é que se pensa na
necessidade de implementar políticas e/ou estratégias que sejam capazes de
fortalecer as iniciativas de promoção da saúde e prevenção de doenças e
agravos nessa realidade. Faz-se necessário construir possibilidades de
efetivação da intersetorialidade e interdisciplinaridade como premissas para
a sustentabilidade das mesmas.

Muitos dos problemas evidenciados hoje pelo
município dependem, para o enfrentamento, muito mais de intervenções no campo
da prevenção e da promoção do que das ações de curativas. As ações curativas
têm dado respostas apenas imediatas, ao ponto final de todo o processo. São
intervenções aos AVCs, intervenções a HAS e diabetes descompensados como
produtos de uma vida sedentária e de estados nutricionais deficientes.

Em se tratando da análise de
morbimortalidade, as Doenças do Aparelho Circulatório são predominantes no
quesito de causa mortis, representando a maior incidência dos óbitos
registrados no Sistema de Informação respectivo (SIM). As diversas causas
externas de morbidade e mortalidade se apresentam em 2º lugar (21,6%). Em 3º,
4º e 5º lugares figuram, respectivamente, as Doenças do Aparelho
Respiratório, as diversas formas de Neoplasias e as Doenças Endócrinas
Nutricionais e Metabólicas.

A decisão de intervir nesse cenário toma
como referencial, o perfil nosológico predominante para as doenças cardiovasculares, endócrinas
e metabólicas, bem como, a incipiência da atividade física regular e da
alimentação adequada.

As medidas a serem adotadas têm por
fundamento a melhoria da qualidade de vida, bem como, compromete-se com o
alcance de melhores níveis de eficiência, eficácia, efetividade e
economicidade, associados à atenção qualificada e equânime aos cidadãos.

Com efeito, através da iniciativa de
implantação de uma Política Pública de Promoção de uma Cidade Saudável,
representando um incentivo para a consolidação de iniciativas promotoras de
novos hábitos de vida mais saudável, propiciando seu alcance de um raio de
ação que também atenda aos grupos populacionais instalados nas cercanias do
núcleo urbano do Município.

Desta forma, esta proposição visa fomentar
ações desenvolvidas junto a sociedade local, promovendo o surgimento de novos
grupos e estimulando novas iniciativas e estratégias que proporcionem
cobertura à população das áreas central e periféricas do município, tendo
como parceiro intersetorial os organismos de educação e bem-estar social.

Nesse sentido é que o “Projeto Viver com
Saúde – Luta de Todos: Ampliando Espaços, Construindo Conhecimentos,
Promovendo Saúde” busca, no eixo da Atividade Física e da Prática Corporal,
implementar suas ações na perspectiva da clínica ampliada fundamentada nos
alicerces que embasam a Política Nacional de Promoção à Saúde, galgada pelos
princípios basilares do SUS.

O projeto envolve parcerias entre vários
atores e instituições dentre os quais elencamos: Gestor Municipal, Equipes de
Saúde da Família, Equipes de Saúde Bucal, Equipe do Núcleo de Apoio á Saúde
da Família/NASF, Agentes Comunitários de Saúde, Educador Físico,
Nutricionista, população inserida nas ações, Secretarias Municipais de Saúde,
de Assistência Social, de Educação, Finanças e Infra-estrutura, Conselho
Municipal de Saúde, CRAS, Igrejas católica e Evangélica e associações
comunitárias.

Objetivos
e Metas

Proporcionar uma melhor qualidade de vida
com a adoção de modos de viver mais ativos e saudáveis, com vistas a redução
das Doenças e Agravos Não-transmissíveis.

Indicadores
disponíveis para caracterizar a situação inicial (ponto de partida)

A população de José da Penha enfrenta altos
índices de AVCs, HAS e diabetes descompensados como produtos de uma vida
sedentária e de estados nutricionais deficientes. Em se tratando da análise
de morbimortalidade, as Doenças do Aparelho Circulatório são predominantes no
quesito de causa mortis, representando a maior incidência dos óbitos
registrados no Sistema de Informação respectivo (SIM). As diversas causas
externas de morbidade e mortalidade se apresentam em 2º lugar (21,6%). Em 3º,
4º e 5º lugares figuram, respectivamente, as Doenças do Aparelho
Respiratório, as diversas formas de Neoplasias e as Doenças Endócrinas
Nutricionais e Metabólicas.

Dinâmica
do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados
(materiais, financeiros, técnicos, tecnológicos)

Dentre as diversas estratégias que foram
desenvolvidas no projeto elencamos: Implementação de ações de promoção à
saúde do grupo de hipertensos e diabéticos com vistas a redução das DANT’s;
Realização de encontros semanais com o grupo para realização de ações de
atividades físicas, oficinas, palestras e orientações de temas pertinentes á
promoção à saúde, com vistas à redução das DANT’s; Realização de práticas de
atividade física na academia, com o auxílio de equipamentos de atividade
física (esteira, bicicleta, colchonetes, etc), ao longo dos encontros
semanais; Discussão durantes as práticas educativas da importância da prática
da atividade física regular para a saúde humana, com o auxílio de cartazes,
panfletos e filmes; Realização de caminhadas e gincanas pelas ruas do
município; Promovido práticas integrativas com as pessoas acima de 60 anos
acerca da qualidade da alimentação, onde foi ofertado suporte nutricional
para a adequação da(s) dieta(s) de acordo com a realidade social e econômica
dos integrantes do projeto; Acompanhamento quinzenal do Índice de Massa
Corpórea (IMC); Produção de material educativo; Fornecimento de lanches com
teores nutricionais adequados ao perfil do grupo; Realização de gincanas e
caminhadas em prol da comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física e no Dia
Mundial da Alimentação, dentre outras.

Destacar
ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e
matriciamento

A intersetorialidade, a
interdisciplinaridade e o matriciamento se materializaram na formação de um
grupo com os trabalhadores de saúde objetivando discutir o enfrentamento e
redução da ocorrência das DANT’s; a realização de reuniões mensais com todos
os atores envolvidos no projeto; aumento no quantitativo de setores
envolvidos no fortalecimento das ações do projeto; avaliação dos indicadores
de saúde determinantes desse processo, realização de capacitações para os
profissionais envolvidos nas execuções das ações de promoção á saúde, dentre
outras.

Formas
de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas

Inicialmente foi aplicado um instrumento de
avaliação no qual aferia o estado de saúde da clientela, suas diversidades
sócio-demográficas e epidemiológicos–sanitárias. Em seguida se aplicou outro
instrumento que aferiu a evolução sistemática das ações do grupo (momentos
das caminhadas, dos exercícios e das reuniões do grupo). Por fim para
aferição dos impactos, foi aplicado um instrumento que propiciou a avaliação
das mudanças significativas das condições de saúde-doença geral do grupo.

Resultados
e impacto obtido, com respectivos indicadores (comparados com a situação
inicial)

A partir da avaliação do Pacto dos
Indicadores da Atenção Básica percebeu-se uma redução nas taxas de internações
por AVC, ICC e complicações por Diabetes Mellitus. Além disso, através do SIM
se percebeu a redução da mortalidade por Doenças do Aparelho Circulatório. Cabe
ressaltar que houve ainda a redução da dependência de terapias medicamentosas
utilizadas pela clientela deste grupo e a referência deste público quanto às
melhorias de seus padrões de vida (mobilidade acrescida, disposição para
atividades de rotina, atividades sexuais com maior nível de satisfação, dentre
outros).

Replicabilidade
(Busca verificar a aplicabilidade da experiência, ainda que de forma adaptada,
em outras localidades)

Diante da realidade nacional de elevadas
taxas de Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Obesidade e Sedentarismo, bem
como das complicações ocasionadas por estas doenças, recomenda-se a aplicação
desta experiência de promoção á saúde a qualquer município que tenha interesse
e que disponha de equipe multiprofissional e multidisciplinar.

Continuidade
(Busca verificar as características de sustentabilidade e permanência da
prática ao longo do tempo)

O projeto foi iniciado no ano de 2008 com
financiamento do Ministério da Saúde/SVS/CGDANT, tendo continuidade no ano
seguinte com os mesmos órgãos financiadores. Entretanto, a partir do ano 2010
até os dias atuais, o projeto continua acontecendo, porém, mantido com recursos
próprios do município. Atualmente ele é executado pelo Núcleo de Apoio á Saúde
da Família/NASF.