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Postado 22 de dezembro de 2016

Hospital Municipal de Natal aperfeiçoa acolhimento a pacientes com transtornos mentais

Por Ascom Cosems-RN

oficina 

Nos últimos meses, o Hospital Municipal de Natal tem aderido com sucesso a proposta de integrar o atendimento as pessoas com transtorno mental no quadro clínico. Desta forma, passou a fazer parte dos dois únicos hospitais dentro do Estado do Rio Grande do Norte que realizam este tipo de acolhimento, junto com o Hospital Onofre Lopes. Atualmente existem cinco leitos à disposição destes pacientes, porém, segundo o Departamento de Atenção Especializada (DAE), a intenção é aumentar esse número para seis.

Historicamente, os pacientes eram levados para o hospital psiquiátrico, onde carecia o suporte para tratar de casos mais graves condicionados pelo uso abusivo de álcool e drogas, em grande parte dos casos, aumentando o número de óbitos. É comum estes pacientes também sofrerem de problemas orgânicos, além dos psíquicos, como os relacionados a cardiologia, estômago, CA, descompensação de diabetes, entre outros, fazendo necessário haver uma equipe médica preparada para atender ambos os casos.

Segundo a técnica do Setor de Saúde Mental, Elizabete Freitas, existe um trabalho de capacitação em andamento dentro do HMN, em parceria com o Onofre Lopes, que visa potencializar as equipes para tratar destes pacientes, desde o maqueiro até o pessoal da portaria. Assim, toda semana são realizados estudos de casos com a perspectiva de realizar uma atenção integral e um trabalho de compartilhamento em rede que, para a Assessora, é uma ênfase de prioridade dentro da secretaria.

“Nos não queremos que o paciente seja apenas atendido e depois receba a alta médica. O objetivo é que ele seja discutido, chamando as equipes da atenção básica e especializada, para debater o cuidado compartilhado. Dessa forma, poderemos identificar o problema do paciente em crise e possibilitar que o mesmo continue sua assistência, e que esta seja uma responsabilidade compartilhada para poder diminuir a vulnerabilidade que gera as crises sociais e psicossociais.”

O trabalho possui uma importância fundamental para incluir os pacientes com transtorno mental a rede de emergência. Anteriormente, estas pessoas eram deslocadas para o Hospital João Machado em casos de síndrome de abstinência, por exemplo, com riscos grandes de sofrer uma convulsão ou até uma parada cardíaca, local onde não havia um atendimento especializado para estes quadros clínicos. Desta forma, foi necessário redefinir o fluxo e abrir as portas de urgência para a saúde mental, tanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), quanto no HMN.

Para Silvana Barros, Coordenadora da Saúde Mental, estas pessoas precisam de uma garantia de direitos de serem acolhidas na saúde como um todo, desde a atenção básica até o hospital geral. De acordo com ela, este novo panorama possibilitou diminuir o alto número de demanda que existia no Hospital João Machado, possibilitando que eles circulem e disponham dos mesmos diretos que as pessoas têm de serem acolhidos e atendidos.

“A própria reforma psiquiátrica vem lutando para romper com essa lógica. Então buscamos cuidar em liberdade, sem segregar as pessoas. Assim, estamos trabalhando no fluxo para que o paciente quando saia do hospital possa continuar tendo uma assistência. Além de estar abrindo as portas das UPAs e dos hospitais, também estimulamos a atenção básica a acolher estas pessoas.”

ASSESSORIA DE IMPRENSA