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Postado 25 de maio de 2017

Em Natal, CAPS Oeste resgata autonomia dos usuários com atividades terapêuticas  

Por Ascom Cosems-RN

“Estou em tratamento há seis anos, melhoro a cada dia. E digo com todas as letras, se não fosse o CAPS eu não estaria como estou hoje, porque é através dele que consigo as medicações gratuitas, participo de oficinas que fazem com que tenhamos maior convívio um com o outro. A parte que eu acho mais importante daqui é no período de férias, onde os técnicos, apesar de estarem de férias, continuam mostrando preocupação com os pacientes. Mesmo que eu esteja completamente curada, não quero perder os vínculos que fiz aqui nunca”, afirma Maria Josenilda, de 46 anos, usuária do Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) Oeste.

A Secretária Municipal de Saúde, em um esforço em prol da luta antimanicomial, promove, nos Centros de Assistência, um trabalho de substituição às internações em hospitais psiquiátricos, proporcionando aos usuários uma possibilidade melhor de lidar com os problemas psicológicos e um estímulo à autonomia.

O Centro de Assistência situado na zona Oeste de Natal atua de segunda-feira a sexta-feira, nos turnos matutino e vespertino. As demandas são abertas para toda a população, por meio de encaminhamento médico, ou mesmo para aqueles que requisitarem o atendimento. São realizados acolhimentos seguidos por triagem, em que a equipe médica identificará se o paciente se encaixa no perfil de transtornos mentais graves e persistentes, que é o perfil de pacientes adotados.

A Unidade atua com uma equipe de 15 profissionais, direcionados para as atividades individuais e específicas de cada profissão, a direção, que atua nas atividades coletivas e a equipe de apoio, cujos trabalhos não lidam diretamente com os usuários.

“O papel dos CAPS é resgatar a autonomia para aqueles pacientes que passaram por traumas durante sua vida, trazer de volta a dignidade àqueles que foram internados em hospitais psiquiátricos anteriormente. Construímos todas as ações com os usuários, técnicos e a família.”, afirma Rafaela Pessoa, diretora do CAPS Oeste.

Atualmente são atendidos cerca de 750 usuários. Para melhor atendê-los, eles são divididos em três grupos: os pacientes “intensivos” que são recebidos diariamente e somam cerca de 70 a 100 atendimentos diários, os “semi-intensivos” recebidos em torno de duas vezes por semana e os “não-intensivos”, aqueles que estão estabilizados há muito tempo e mostram alguns vínculos sociais restaurados.

Os Centros contam com assistência médica para todos os usuários, e, caso seja necessário, os pacientes podem dispor de assistência psicológica individual. Para todos aqueles que solicitam o atendimento, logo após ser feito o seu registro médico, é construído, junto com o paciente, o projeto terapêutico, onde são atribuídas atividades terapêuticas, grupos de conversa e oficinas, com respaldo psicológico levando em consideração a individualidade.

Entre as atividades exercidas, está um projeto do coral “Vozes na cabeça”, rodas de conversa com temas diversos, atividades físicas e oficinas. Rafaela destaca: “Para os usuários com todas as marcas de sofrimento mental, participar de um momento social na cidade a qual ele está inserido é de grande importância, afinal traz de volta para eles um sentimento de acolhimento”.

Com o intuito de promover um trabalho que eleva a autoestima dos usuários, uma das oficinas disponibilizadas é a oficina de saúde e beleza, onde tratam da importância do autocuidado, abordando temas como doenças, higiene pessoal e autoestima.

Apesar de tudo o que as unidades de saúde mental proporcionam, os técnicos destacam algumas dificuldades para a reintegração daqueles que apresentam transtornos mentais, ao ponto que a sociedade se mostra como a principal barreira a ser transposta por eles, pela marginalização atribuída aos usuários de saúde mental.

ASSESSORIA DE IMPRENSA