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Postado 27 de junho de 2013

Assú

Por

Experiência: Prevenção e Controle do Câncer
Cérvico-Uterino: Avanços, Desafios e Perspectiva.

Apresentador
do Trabalho: Alexandre Bezerra Silva; Órgão responsável pela execução:
Secretaria Municipal de Saúde do Assú; Autor: Alexandre Bezerra Silva; Co-Autores:
Adriana Meire Ferreira de Sousa; Ana Lúcia de Oliveira Pereira; Cícera de Souza
Padilha; Francineide Soares Lopes.

Resumo do projeto

O câncer do colo do útero (CCU)
representa um importante problema de Saúde Pública em países em
desenvolvimento, chegando a ser em algumas regiões o tipo mais comum na
população feminina. A incidência desta doença depende da exposição a fatores de
risco e da falta de efetividade de programas de rastreamento, para os quais os
exames de colpocitologia oncótica têm se mostrado útil em reduzir a incidência
e mortalidade por neoplasia (CORRÊA; WILZA, 2008, p. 492).

 

Nessa linha de reflexão, os mesmos
autores comentam que apesar de o exame de Papanicolau ser uma modalidade de
rastreamento capaz de reduzir as taxas de incidência de câncer do colo do
útero, a cobertura desses ainda é baixa na população feminina brasileira.

 

A distribuição da incidência e da
mortalidade por câncer nas mulheres é de fundamental importância para o
conhecimento epidemiológico deste agravo, desde os aspectos etiológicos até os
fatores prognósticos envolvidos em cada tipo específico de neoplasia maligna. O
estabelecimento de medidas efetivas de controle e efeito com base em
informações sobre a ocorrência dos tumores malignos nas diferentes regiões
geográficas. Dentro deste contexto, o cálculo das estimativas de casos oferece
uma excelente base para o planejamento e aprimoramento das ações que visam à
prevenção e atenção em todos os níveis (BRASIL, 2006, p 25).

 

O câncer é indubitavelmente um problema
de saúde pública, pois é a segunda causa de morte no nosso país (CESTARI; ZAGO,
2012, p. 180). Sem considerar os tumores de pele não melanona, o câncer do colo
do útero é o mais incidente na região Norte (22/100.000), na região Sul
(28/100.000), Centro-Oeste (21/100.000) e Nordeste (17/100.000) representando o
segundo tumor mais incidente. Na região Sudeste é o terceiro mais frequente
(20/100.000) (BRASIL, 2006, p.26).

 

Os elevados índices de incidência e
mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil justificam a implementação de
ações nacionais voltadas para a prevenção (promoção, prevenção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação e cuidados paliativos), com base nas diretrizes da
Política Nacional de Atenção Oncológica (BRASIL, 2011, p.6).

 

Nesse sentido, as ações de detecção
precoce têm impacto na mortalidade por estas neoplasias, sendo necessária a
implementação e efetivação de estratégias tais como a padronização de
procedimentos e de condutas que garantam a qualidade dos processos técnicos e
operacionais para o controle do câncer (BRASIL, 2011, p. 6). Deve-se priorizar
a faixa etária de maior risco, fazer a busca ativa das faltosas, as que estão
com o exame atrasado e evitando repetir o exame de forma desnecessária. É
preciso que as equipes da Atenção Básica tenham um programa eficiente de
rastreamento.

 

Não se vislumbra, ações sistematizadas
nas equipes da Estratégia Saúde da Família deste município sobre a prevenção do
câncer do colo do útero. O que se observa são ações pontuais, tipo campanhas na
detecção precoce do câncer do colo do útero e também um índice baixo de
realização de exames de colpocitologia oncótica, não atingindo o percentual
pactuado pelo município. Além
do mais o municipio do Assú encontra-se com o número de exames de
colpocitologia oncótica, abaixo do pactuado. Não atingindo assim, o indicador
pactuado que é ampliar a oferta do exame preventivo do câncer do colo do útero
visando alcançar uma cobertura de 80% da população alvo.

 

Objetivos e metas

 

Promover
a prevenção e controle do câncer cérvico- uterino; Realizar busca ativa das
mulheres de 25 a 64 anos que nunca realizaram o exame de citologia oncótica e
as que há mais de trê anos não o faz; Realizar 80% dos exames de colpocitologia
oncótica nas mulheres adscritas na Unidade de Saúde da Família Dom Eliseu.

 

Indicadores disponíveis para
caracterizar a situação inicial (ponto de partida)

O
estudo em tela propõe buscar respostas para as seguintes questões de perguntas:
Qual a população – alvo das mulheres que realizam o exame citopatológico do colo
do útero na  Unidade de Saúde da Família
Dom Eliseu na cidade do Assú/RN? Por que o municipio de Assú ainda apresenta
uma taxa de cobertura baixa para o exame citopatológico?

 

Dinâmica do
funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais,
financeiros, técnicos, tecnológicos)

 

A
estratégia de enfrentamento foi sensibilizar toda a equipe da Estratégia de
Saúde da Família Dom Eliseu para a consciência da importância da detecção
precoce do câncer do Colo do útero. Então, colocamos cartazes na unidade sobre
a importância da prevenção do câncer do colo do útero. Antes de qualquer
atendimento seja do médico, do enfermeiro, do dentista, dos Técnicos de
Enfermagem e dos Agentes Comunitários de Saúde é realizada uma atividade educativa
enfocando à prevenção do câncer cérvico-uterino.

 

Dessa
forma, os Agentes Comunitários de Saúde fizeram uma busca ativa nas mulheres
alvo do rastreamento do câncer do colo do útero e após essa busca escolhemos um
horário alternativo para que essas mulheres fossem atendidas na Unidade, pois
muitas diziam que não ia realizar o exame por que trabalhavam pela manhã e pela
tarde e não tinham tempo de ir à unidade para realizar o exame no horário
padrão de funcionamento do estabelecimento de saúde. Com base nesses dados,
através do nosso planejamento semanal, elegemos o horário das 17:00 às 22:00
horas, trimestralmente, para a realização dos exames citopatólogicos.

 

Destacar ações que contemplem a
Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento

 

São realizadas palestras nas
escolas, associações e outros espaços, como rádio e blogs para alertar a
população feminina sobre a importância da realização do exame citopatológico do
colo do útero.

 

Formas de Acompanhamento, Avaliação
e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas

 

Para
cada ação voltada para a realização do exame citopatológico a equipe reuni-se e
analisa os aspectos positivos e nagativos da ação. Ficamos aguardando o
resultado dos exames para observar os que deram alteração, sempre levando em
consideração a periodicidade do exame e a faixa etária.

 

Resultados e impacto obtido, com
respectivos indicadores (comparados com a situação inicial)

 

Tinhamos
um número baixo de exames citopatológico para a população de mulheres de 25 a
64 anos de idade (2.453 mulheres). Através desse projeto foi realizado na
Unidade de Saúde da Família Dom Eliseu em 2012, 486 exames citopatológicos do
colo do útero correspondendo assim, 0,59% de exames. Onde o resultado anual do
indicador, levando em consideração as 16 equipes da Atenção Básica no municipio
de Assú foi de 0,51% e o pactuado pelo municipio foi de 0,75% de exames
citopatológicos do colo do útero. Esse projeto fez com que a Unidade de Saúde
da Família  destaca-se como a Unidade que
mais realizou exames citopatológico do colo do útero em 2012 ( ficando em
primeiro lugar na realização de tais exames na Atenção Básica do Município do
Assú).

 

Replicabilidade (Busca verificar a
aplicabilidade da experiência, ainda que de forma adaptada, em outras
localidades)

 

A
experiência bem sucedida na Unidade de Saúde da Família Dom Eliseu, está sendo
analisada pela Secretaria Municipal de Saúde para ser aplicada em outras
Unidades de Saúde da Família deste municipio, levando em consideração a realidade
local de cada unidade.

 

Continuidade (Busca verificar as
características de sustentabilidade e permanência da prática ao longo do tempo)

 

No
inicio do projeto tinhamos como objetivo realizar esses exames trimestralmente,
devido ao impacto de forma positiva na população, estamos fazendo os exames
nesse horário alternativo mensalmente.